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Comissão do prêmio Nicola Tornatore anuncia reportagens vencedoras

A comissão julgadora da primeira edição do “Prêmio Jornalístico Nicola Tornatore”, promovido pelo Instituto Ribeirão 2030, definiu as três reportagens vencedoras. A cerimônia de premiação será na próxima quinta-feira (26), às 19h, durante o Fórum Municipal de Transparência.

O jornalista Paulo Apolinário, do portal de notícias Revide, teve a reportagem melhor avaliada. Publicada em 28 de julho de 2019, ela revelou, por meio da Lei de Acesso à Informação, que a Prefeitura de Ribeirão Preto pratica censura nas redes sociais, bloqueando previamente comentários dos munícipes.

Entre as 15 palavras bloqueadas estão “buracos”, “esburacada”, “cratera” e “crateras”, impedindo assim cobranças da sociedade no perfil oficial de um órgão público. Após a revelação, a Câmara aprovou um projeto de lei proibindo a censura, que foi sancionado pelo Executivo nesta quarta-feira (18 de setembro).

Nove reportagens foram inscritas no Prêmio Nicola Tornatore e avaliadas pelos sete integrantes da Comissão Julgadora, que atribuíram individualmente pontos relacionados a cinco critérios: ineditismo, impacto social, atendimento aos temas propostos, linguagem e equilíbrio.

Em segundo lugar ficou a reportagem de Rodolfo Tiengo, do portal G1, que abordou o aumento real de 62% nos gastos com funcionalismo em Ribeirão Preto entre 2009 e 2018, destrinchando um relatório produzido pelo Observatório Social e relatando o desequilíbrio financeiro da prefeitura.

A reportagem de Vinicius Alves, da rádio CBN, ficou na terceira colocação. Ele realizou um levantamento no portal do Tribunal de Contas do Estado e descobriu que 140 obras estão paradas ou atrasadas na região de Ribeirão Preto, com contratos somados de R$ 530 milhões.

O primeiro colocado receberá a premiação de R$ 1.000, o segundo R$ 500 e o terceiro um e-reader Kindle, entregues pelo Instituto Ribeirão 2030.

 

Comissão julgadora

A primeira edição do prêmio Nicola Tornatore foi destinada a reportagens que abordassem corrupção, transparência, ineficiência no uso de recursos públicos e controle social no município de Ribeirão Preto.

O prêmio está relacionado com o 16º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que propõe “instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis”, “reduzir substancialmente a corrupção e o suborno”, “garantir a tomada de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa” e “assegurar o acesso público à informação”.

“Essa premiação está em consonância com a proposta do Ribeirão 2030, de incentivar hábitos e costumes transparentes e enaltecer práticas exitosas no campo da transparência”, afirma Adriana Silva, superintendente do Instituto.

A comissão julgadora foi composta por dois integrantes do Instituto Ribeirão 2030, três representantes da coordenação do curso de jornalismo de faculdades de Ribeirão Preto e dois integrantes do Comitê Municipal de Transparência.

Fizeram parte da comissão:  Cristiano Pavini e Adriana Silva (Instituto Ribeirão 2030),  Fernanda Braga (Estácio), Gil Santiago (Unaerp), Jefferson Barcellos (Barão do Mauá), Douglas Marques (Comissão de Direitos Humanos da OAB, integrante do Comitê de Transparência) e Victor Jorge (cofundador da Nexos Gestão Pública, presidente do Comitê de Transparência).

“As matérias inscritas ampliaram os temas para uma visão das urgências e dos gargalos que impactam e impactarão ainda mais a vida a vida do cidadão e dos governos”, afirma Fernanda Braga. Segundo ela, “a repercussão e os impactos sociais fomentados por uma das matérias no município foi o ponto alto de todo esse processo de reflexão,  até mesmo, da função social do jornalismo”.

Douglas Marques destacou “o excelente nível técnico das reportagens, principalmente as produzidas nas academias (estudantes de jornalismo)”. Ele ressalta que “o prêmio faz justiça com a reportagem vencedora, premiando não só a qualidade mas também sua contribuição social”.

Para Gil Santiago, “iniciativas como o prêmio Nicola Tornatore são fundamentais para valorizar o jornalista e o jornalismo comprometido com a qualidade da informação, capaz de mobilizar a sociedade, colaborar para a correção das distorções existentes e uma gestão pública eficiente e transparente”.

 

Nicola

Nicola Tornatore trabalhou por três décadas no jornalismo, atuando em veículos como os jornais A Cidade e Tribuna. Ele morreu vítima de parada cardiorrespiratória em junho de 2018, aos 52 anos. Meses antes, publicou no jornal Tribuna uma série de reportagens sobre os supersalários pagos pela Câmara de Ribeirão Preto.

Ele também é autor de livros como “Crimes na Pequena Paris”, “Adelaide: A história da parteira de 12.630 bebês”, “RMRP – A História da Região Metropo­litana de Ribeirão Preto” e “A Origem das Cidades”.

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